O programa Escolas de Bicicleta,
da Secretaria de Educação do Município de São Paulo, tem chamado atenção pelo
pioneirismo. Além de colocar estudantes para pedalar, as bicicletas são feitas
de bambu. Mais sustentabilidade impossível.
Nos primeiros dois meses do
programa, iniciado em maio, pelo menos 500 estudantes já foram incluídos no
projeto. De acordo com a Secretaria, nenhuma bicicleta foi roubada ou furtada
no período.
Com consultoria do dinamarquês
Mikael Colville-Andersen, especialista em mobilidade urbana, e participação do
designer carioca Flávio Deslandes, que criou os quadros de bambus, as
bambucicletas são bem-recebidas pelos estudantes.
A bike tem três marchas e não
exige muita manutenção. Até agora, mais de 1,5 mil bambucicletas já foram
produzidas para o projeto em São Paulo.
Pioneirismo
Flávio Deslandes é pioneiro no
uso do bambu no Brasil. Começou a pesquisar o material em 1994, no Rio de
Janeiro como parte de seus estudos de graduação em Desenho Industrial na
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC–Rio).
Um ano depois, começou a
desenvolver sua primeira bicicleta de bambu. Seu primeiro protótipo foi
apresentado ao mundo no 5º Congresso Internacional Mundial de Bambu em 1998. Em
1999, sua primeira patente MU7901320-1
foi requerida, sendo concedida em 2005.
Em 2000 mudou-se para Copenhagen,
na Dinamarca, onde trabalhou para diversas empresas na indústria de bicicletas,
em mecânica, construção de quadros, design e desenvolvimento de produtos.
Na época, desenvolveu uma
bicicleta de bambu com um quadro especial, que proporcionava uma pedalada
confortável fazendo ótimo uso de tubos de bambu. A bambucicleta atraiu a
atenção e foi aclamada como “today’s bicycle design” em 2002, no livro “What Is
Design Today”, de George H. Marcus.
Em 2001, Deslandes participou do
desenvolvimento de uma bike de bambu com a empresa Biomega e o designer Ross
Lovegrove. Sete anos depois, a bicicleta foi testada na Tailândia, aprovada e
certificada de acordo com a norma europeia EN14764. Em 2009, Flavio iniciou a
produção industrial com a Biomega.
Para saber mais sobre o projeto e
até mesmo adquirir uma bambucicleta, visite o site